
Edição 2020
Veja aqui os finalistas das edições anteriores e se precisar de mais informações entre em contacto connosco.
Juntos vamos levar estas e outras boas práticas a todas as escolas!
FINALISTAS e Menção Honrosa (POR ORDEM ALFABÉTICA)

ANA MARIA DAVID MANO MENDES
Vencedora da Menção Honrosa – Sustentabilidade Social
Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, Concelho de Vila Nova de Famalicão. Ensina Educação Moral e Religiosa Católica a mais de 200 alunos do 5.º ao 9.º ano e Educação Ambiental a alunos com necessidades educativas especiais. Ana Mendes é uma professora que está sempre focada em encontrar novas estratégias, para ir ao encontro dos seus alunos, e desde 2019 que aposta numa metodologia assente em aprendizagens baseadas em projetos (Problem Based Learning) para todos os discentes, tendo como aliados os alunos com adequações curriculares significativas de diferentes faixas etárias (alunos de Educação Especial), que participam nos projetos, permitindo uma aprendizagem mais enriquecida para todos. A metodologia está centrada nos alunos, que trabalham colaborativamente entre si de acordo com as capacidades e o ritmo de cada um, com vista às aprendizagens e resolução dos problemas. Constroem aprendizagens contextualizadas de acordo com a temática do projeto, onde todas as áreas do conhecimento estão interligadas com recurso às novas tecnologias de informação e comunicação e das ferramentas digitais. Estas dinâmicas inovadoras seguem uma estrutura em que há momentos para pensar, para trocar ideias, para pesquisar e integrar os conhecimentos das várias disciplinas, e outros momentos em que trabalham autonomamente e têm tempo, novamente, para refletir sobre o que estão a fazer ou como estão a fazer, sempre com o objetivo de partir de situações reais e arranjar soluções para serem implementadas.

HAMILTON RIBEIRO CORREIA
Professor de Ciências na Escola Sec./3 Dra. Maria Cândida, no concelho de Mira, onde leciona turmas do 5.º e 6.º anos, num total de 70 alunos. É licenciado em Biologia pela Universidade de Coimbra e Mestre em Evolução Humana. Ao longo dos anos conciliou o ensino com a investigação. Sempre teve necessidade de compreender por que razão há alunos que aprendem muito facilmente e outros que estão desmotivados e não aprendem. Acredita que os alunos aprendem melhor e ficam mais motivados quando constroem o seu próprio conhecimento através da experiência. Com a utilização do método investigativo que tem implementado nas escolas onde leciona, os alunos trabalham com o objetivo de resolver determinados problemas relacionados com cada conteúdo programático. A partir de um problema, os alunos procuram compreendê-lo, fundamentá-lo e analisá-lo. Os discentes elaboram hipóteses de solução, que são depois comprovadas e validadas através de sucessivas experiências, estimulando o raciocínio, as habilidades intelectuais e a aquisição de conhecimentos. Com este desafio, a aula torna-se num laboratório cheio de vida. Com este método, os alunos tornam-se criativos, inovadores e até empreendedores. No total, cerca de 1200 alunos do agrupamento beneficiam, direta ou indiretamente, do método investigativo utilizado nas suas aulas ou no clube de ciência.

LUÍS FERNANDO DA CUNHA BAIÃO
Professor de Educação Especial no Agrupamento de Escolas de Canelas, concelho de Vila Nova de Gaia. Convicto das mais-valias das interações entre crianças do ensino regular e pessoas portadoras de deficiência, surge o projeto “Está na Hora”. Deste projeto nasceu uma banda, um grupo de jardinagem, um grupo de teatro onde estão incluídos professores, assistentes operacionais, seniores e outros alunos do ensino regular. Reconstroem bicicletas e motas. Tudo isto serve para os alunos fazerem aquisições das competências de escolarização. Esta metodologia suporta a aprendizagem de português, matemática e as TIC. Trabalha poemas de autores portugueses, através das músicas e guiões de teatro. Criam ainda folhas de cálculo para orçamentar as despesas da mota, entre outras atividades. Não satisfeito com os resultados, foi ainda mais longe e criou o “Sim, Somos Capazes” que hoje é uma parceria entre o Agrupamento de Escolas de Canelas e a Associação Santa Isabel sem qualquer financiamento da tutela. Os jovens acreditam que estão a ajudar outros alunos. Deixaram de ser aqueles que precisavam de ajuda para passar a ser os que são capazes de ajudar.

PAULA ALEXANDRA LOURO DE SOUSA PEREIRA VIEIRA
Professora de Filosofia na Escola Básica e Secundária Armando Côrtes-Rodrigues, concelho de Vila Franca do Campo. Dá aulas a um total de 150 alunos, distribuídos pelo 10.º ano, pré-escolar, 1.º, 2.º CEB e 7.º ano de escolaridade. Convicta da importância de pôr os jovens e as crianças a filosofar desde cedo, criou o Filosofâncias: comunidades de investigação filosófica, que tem como objetivo colocar as crianças e jovens a filosofar. A participação ativa de cada aluno na sua aula é a base do seu trabalho, tornando-o agente dinâmico e responsável no seu próprio processo de formação, podendo esperar da sua professora uma aproximação personalizada e uma estimulação da sua atividade. Fazer de cada aula uma comunidade de investigação é uma abordagem inovadora e que coloca todos os que se encontram numa relação ensinante (professores e estudantes) num reconhecimento da diferença como elemento da condição humana.

PAULO JORGE CALMEIRO DOS REIS SERRA
Professor de Informática no Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, concelho de Castelo Branco, e com trabalho de intervenção em 17 alunos em meio prisional. O seu trabalho tem por base ajudar os seus alunos (em reclusão) a apostarem na sua educação, dado que o trajeto que os levou à reclusão os faz acreditar menos no seu potencial. Consciente de que a disposição para a aprendizagem é talvez mais importante do que a capacidade de aprendizagem, o professor Paulo Serra enfrenta esta desmotivação com o modelo motivacional ARCS (Atenção, Relevância, Confiança, Satisfação), entre outros complementos diferenciadores.
Com o seu envolvimento e dedicação, começam a surgir vários alunos a prosseguir estudos no ensino superior. Diversificar as metodologias, combinando-as, e escolhendo o melhor de cada, tendo em atenção os alunos, contribui para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, e esse é o objetivo. As metodologias de Trabalho Projeto e Trabalho Colaborativo, pelas suas características, apresentam-se como solução capaz de implementar as estratégias de reforço da motivação, baseando-se em princípios da aprendizagem ativa, centrada no aluno. A ligação das aprendizagens a uma componente prática e real é um motor de aprendizagem para estes alunos. Surge assim algo inovador a nível mundial, a criação de um centro de reciclagem de computadores no estabelecimento prisional com importantes parcerias de empresas da área.
Picacionais caminham lado a lado e manifestam-se no desempenho escolar, induzindo insucesso académico, problemas comportamentais e desmotivação.

SÓNIA MARIA DOS SANTOS PERES MOREIRA
Vencedora do Global Teacher Prize Portugal
Professora do Ensino Básico (1.º Ciclo) no Agrupamento Escultor António Fernandes de Sá, concelho de Vila Nova de Gaia. Apaixonada por explorar a arte de aprender a ensinar com os outros, criou o COOPERA, que desde 2016 tem impacto direto em 60 professores e 29 turmas (cerca de 730 alunos). Esta iniciativa surge após 23 anos como docente e tem como principal objetivo promover o sucesso escolar através de práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. A abordagem na condução das práticas educacionais, baseia-se na metodologia ativa da Aprendizagem Cooperativa (AC) que sustenta o COOPERA e aposta numa mudança de paradigma no contexto de sala de aula. A disposição do mobiliário altera-se, criando-se diferentes espaços de aprendizagem dentro e fora da sala. As aprendizagens essenciais e as áreas de competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória são desenvolvidas com a utilização de diferentes métodos de aprendizagem cooperativa: Folha Giratória, Jigsaw, TGT, STAD, Telefone, Roleta, Learning Together, Mistura e Combina, Mesa Redonda, Pensar-Formar Pares- Partilhar… Esta metodologia está a ser disseminado com sucesso por várias escolas em diferentes regiões deste país.
FINALISTAS da MENÇÃO HONROSA “ADAPTAÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA” (por ordem alfabética)

ÂNGELA SOFIA RODRIGUES VERNALHITO MORAIS
Vencedora da Menção Honrosa – Inovação e Adaptação no Ensino à Distância
Docente de Educação Musical no Colégio Atlântico, no Seixal, iniciou as aulas síncronas a 13 de março de 2020. Começou por solicitar tarefas onde os seus alunos sentiram a verdadeira importância da música nas suas vidas, bem como dentro do seio familiar. Recorrendo ao uso da palavra MISSÃO, o grande desafio da professora Ângela surge, porém, com o convite para integrar o corpo docente do #estudoemcasa (Telescola).
A professora Ângela esteve sempre envolvida em todas as disciplinas do corpo docente das suas turmas, mas a sua maior colaboração elevou-se em grande escala com a Telescola onde foi responsável por todo o processo de produção das fichas de trabalho semanais da Telescola, enviadas para todas as escolas públicas do país.
Acredita que a Expressão Musical chegou à casa dos alunos portugueses de uma forma simples e clara.

LÍDIA MENDES DE AGUIAR
Docente do 1º ciclo do Ensino Básico no Colégio Paulo VI, em Gondomar, defende que com o distanciamento social “forçado,” o fundamental era manter os alunos felizes e interessados no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, introduziu diferentes variáveis nas suas aulas, entre as quais a criação de um canal do YouTube para abordar conteúdos programáticos novos, “A Professora Explica!”. Rapidamente se apercebeu que estes conteúdos eram úteis a mais colegas e alunos acabando por tornar público o canal, disponibilizando os vídeos para que todos pudessem usar. Foram ainda concebidos momentos virtuais onde o objetivo não passava por transmitir conteúdos, mas sim reforçar os laços de amizade entre os alunos, professores e encarregados de educação.
Acredita que os seus alunos aprenderam a ser mais tolerantes e pacientes, a trabalharem de forma mais autónoma, a gostar da escola, a valorizar o que tinham e a perceber que o contacto físico supera aquele que é feito à distância.
Descreve estes últimos tempos como uma redescoberta e enfatiza o papel preponderante que assumiu a verdadeira entreajuda entre professores, com os pais e com os alunos. A professora Lídia retrata os encarregados de educação como verdadeiros super-heróis. A comunicação com estes foi constante, abrindo espaço para a crítica construtiva.

MARIA GRAÇA MARTINS
Leciona Artes Visuais no Agrupamento de Escolas de Ourém. A exposição pública no ensino da Educação Artística é, para si, determinante para aprofundar o exercício artístico e crítico, uma vez que exige fundamentação, talento e coragem. Com o isolamento profilático, os seus alunos viram estes momentos cancelados na sua grande maioria. Apesar deste desafio, e aproveitando a resiliência dos intervenientes, executaram a exposição final “Mais que Pintura” em formato virtual, numa parceria com a Câmara Municipal de Ourém. Foi assim despertado um espírito de descoberta e muita determinação face às circunstâncias que estavam a viver, culminando a exposição como um símbolo de resistência e de final de ciclo.
A professora investiu muito no envolvimento dos seus alunos em iniciativas que permitiram um retorno e reconhecimento do exterior. Assim, os seus alunos estiveram envolvidos num projeto de construção de imagens e elementos compositivos para a ilustração do livro de Luís Sepúlveda e no projeto Eco-Escolas, que permitiu a colaboração nas iniciativas do Agrupamento de Escolas de Ourém, numa responsabilização conjunta.
Privilegiou sempre o sentido da participação ativa, procurando o “para quê” dos projetos de trabalho e uma transição para uma atitude menos passiva e mais protagonista nos acontecimentos na situação desafiante como a que vivemos.